segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Intensidade

"Deixa o olhar do mundo

Deixa que o olhar do mundo enfim devasse
Teu grande amor que é teu maior segredo!
Que terias perdido, se, mais cedo,
Todo o afeto que sentes se mostrasse?
Basta de enganos!
Mostra-me sem medo
Aos homens, afrontando-os face a face:
Quero que os homens todos, quando eu passe,
Invejosos, apontem-me com o dedo.
Olha: não posso mais!
Ando tão cheio
Deste amor, que minh'alma se consome
De te exaltar aos olhos do universo...
Ouço em tudo teu nome, em tudo o leio:
E, fatigado de calar teu nome,
Quase o revelo no final de um verso. "

Olavo Bilac

Acabo de ler o romance "Noites Brancas" do Dostoiévski. Neste livro, um personagem sem nome se apaixona por uma garota que estava chorando. O narrador, personagem principal, comunica-se com os prédios e casas, e com tudo aquilo que permanece o mesmo, como que num pré-viver, e a moça vive atada a sua avó (concretamento mesmo), a espera de uma promessa feita por uma rapaz um ano atrás. Quando se conhecem, a moça pede que ele apenas não se apaixone por ela. E é óbvio que ele se apaixona!! E incessantemente repete o nome dela "Nastienka, Nastienka". Ele se define como um sonhador... Dostoiévski ridiculariza as histórias românticas e o próprio personagem que não tem nem nome, é "um tipo".

Fico pensando nessa exaltação toda que diz Olavo Bilac. O quão real pode ser isso?? E essa paixão de "noites brancas"??

Penso, enfim, no próprio apaixonar-se... Como penso...
Como é apaixonar-se por alguém? Ou apaixonar-se por algo? É tão fácil chegar na beira, olhar de cima do abismo... Mas é possíel lançar-se?? Olhar, encarar, ver, aproveitar, sentir, viver...

E ao mesmo tempo... será que existe mesmo a paixão? Ou ela é apenas um mundo de devaneios sentidos solitariamente por aquele que se diz romântico? Apenas um bando de emoções curtidas a quatro paredes?

Dizem que a paixão é extremamente intensa... Tão fácil contemplar a intensidade...
E sentir intensamente, alguém se atreve?? E compartilhar um sentimento... vivê-lo a dois, a três, a cinco????

Convido aqui aqueles que quiserem a contar os seus apaixonamentos, seja por pessoas, profissões, idéias...

Até breve.

3 comentários:

Joao Leao disse...

"Será que existe mesmo a paixão? Ou ela é apenas um mundo de devaneios sentidos solitariamente por aquele que se diz romântico?"

retomo dessa parte pra colocar a minha contribuiçao.

A paixão, passiva, é um devaneio na cabeça do apaixonado solitário. Mas não por isso ela é "apenas". Porque esse devaneio é bastante do real.

Mas muito bem cabido o comentário do Dostoiévski e sua crítica ao romântico. Porque viver num mundo solitário de paixões ninguem merece. Por isso que talvez a primeira paixão real é a paixão pela vida. Todas as outras se seguem dela.

Existêncialismo Sólido disse...

hey...estou te seguindo.
hauhauha
beijão!
sabe quem eu sou né?
té mais!

Existêncialismo Sólido disse...

Bom...parece que quanto mais o "homem" evolui a sua tecnologia, mais ele se tranca...daí é claro, fica mais dificil copreender os seus sentimentos...mas na verdade todos queremos um amor, não verdade?
Ou independente de ser um amor, nós queros nos proteger smpre, e proteger a tudo que amamos...mas nunca queremos assumir...pelomenos eu acho isso...
Acho que eu tenho descoberto tantas coisas...mas com certeza to descobrindo sobre mim mesmo...agora nesse exato momento, não desejo algo que saja físico...mas é algo que ainda esta distante, e tenho que conquistar...o teatro, que me trouxe um mundo novo...ou um novo meio de olhar para o mundo, um horizonte...rrsrsrsrs...
Me complico muito para entender certas coisas que envolvem o amor, para mim ele representa diveras coisas...mas de uma forma mais expecifica, nunca tive muitos relacionamentos que pudesse me esclarecer isso...huahuahaua...acho que isso tudo tá muito confuso...

Eu sou muito atrevido mesmo né?...como eu posso passar aqui, e não fazer nem ao menos um comentário produtivo...huauhauaa...beijão...
Mais uma coisa, vc passou lá na oficina, eu não passei...beijão!!!