quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Olhar o caminho... e AGIR!

Toulouse-Lautrec, La toilette.

sábado, 24 de outubro de 2009

CONVIVÊNCIA



"Vazio agudo
Ando meio
Cheio de tudo."

P.L.

Convivência. As pessoas cansam umas das outras. Não suportam os piores defeitos. engraçado... Quem disse que eu gosto dos meus defeitos??? Acho péssimo quando me enfio em uma casca grossa de ermitão... quando me sinto tão mal que só vestindo algo bem duro para me proteger... E fico assim, dura. Sem querer contato com ninguém. Não encoste que leva porrada!! É uma merda! Mas, por enquanto, ainda é assim...

E ainda ouço "Acho complicado isso que você faz". Também acho, também acho! Mas passa! É um momento, ele passa... até eu saber lidar com ele....

Muito difícil aceitá-lo? Porque sim, ele vai acontecer... Pelo menos por enquanto. E sei que muita gente se afasta ou vai embora mesmo pra nunca mais voltar justamente por isso... E eu também preciso lidar com essa não aceitação do outro...

Convivência é mesmo muito difícil. Somos um bando de porcos-espinhos.
Vou ficar aqui na conchinha por um tempo. Depois eu volto...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Urgência + (In)Visibilidade

Cidade(zinha) do interior de São Paulo. Chego na conveniência do posto de gasolina.

- Eu mesma posso pegar o café? (com sono... sem olhar nos olhos da atendente).
- Não, deixa que eu te sirvo (mostrando seus lindos dentes entre os lábios!). Vou buscar o copo.
A moça "quebra as minhas pernas", me olha, e eu também olho em seus olhos, enxergo.
- Vou querer mais um, por favor.
- Hoje está todo mundo com bastante sono. Não sei que acontece! Veio uma moça de manhã e pediu também dois cafés pra ela!!!
- Ah (rindo), eu to bem lerda hoje, mas o outro é pro meu amigo!

E assim o papo continuou. Simpatias.

Café da tarde do mesmo dia, já em São Paulo, padaria.
- Oi! (aos sorrisos).
- São 3,60. dinheiro ou cartão?

Conversas de café... Eita metrópole!! Onde ela esquece o ser humano? Como ver? Como se fazer visto através do vidro?


Escondido na vassoura, na gravata, no palco, na cadeira giratória, atrás do balcão ou do computador... O homem acha que é o seu emprego! Que é este que garante a sua visibilidade, que o torna útil para a humanidade.
É, útil ele é! SERVE PARA limpar, divertir, planejar, atender, vender, servir...
Sua humanidade DEVE ser ignorada e desprezada! A pequena parte que precisa permanecer intocada, invisível: seus pensamentos, suas emoções, suas crenças, suas atitudes.
Para que falar sobre a vida com os colegas de trabalho se podemos falar de futebol ou do último homem que amamos? Papinhos... Diz-se que diz-se. "A vida real é que nem na novela!". Tão lindo opinar sobre  tal ou qual personagem... E sobre a própria vida? Alguém tem consciência??

Continuamos perguntando "o ESSENCIAL" ao conhecer alguém: O que gosta de fazer para se sentir feliz (diria: a natureza é linda... amo percebê-la, adimirá-la)? O que lê (já me contaram!! Alimentos para a alma)? Quem é o seu cantor preferido (quem me conhece, sabe!!)? De que cheiro você mais gosta (alguns lembrariam daquele bolo de cenoura com cobertura de chocolate da vovó... outros do cheiro da chuva trazido pelo vento antes dela começar)? Em que lugar do mundo (ou fora dele!!) se sente mais confortável (alguns... mas tenho o meu esconderijo secreto, meu paraíso, pra onde flutuo sempre que posso!)? Me conte algo gostoso de saborear... (hummmmmmmmmm).

Claro, vivemos de conversas essenciais para se conhecer alguém...
Alguém já viveu uma desta?
- Essa aqui é a Larissa, minha amiga.
- Oi, Larissa, prazer. O que você faz?
- (...)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

...morte de elefantes...

 http://www.youtube.com/watch?v=Oi3o7TuDr3w&feature=player_embedded#

Elefantinhos vertem um liquido vermelho por suas trombas... 
eles estão morrendo... 
juntos... desgastados, 
deixam-se sofrer a dor... 
deitam-se sobre cobertores e sangram... 
enquanto o menino chora... 

o elefante rosa renasce em outro mundo, 
mais claro, mais vivo... 
ouve a natureza, mas ainda não sente o seu cheiro... 
tem medo de ouvir demais... 
cala-se, sem voz...
disse muito, palavras ao vento... 
recupera-se, e, no novo caminho, muda de direção

... revive suas feridas... 
aprende com aquilo que se desmancha... 
com a carne cortada....
servida em banquete para cegos famintos..
.aprende com cada pedaço...
a ler o que não está escrito...
a intuir. 

Acende a vela...
segue a chama... 
vive a essência de seu novo mundo...
tira a capa de invisibilidade...
aos poucos, 
gosta da delicadeza do olhar passando por sua pele, 
pousando de leve em seus carinhosos olhos...
move-se redondo. 

Anda sem se preocupar com o caminho, 
vendo apenas a luz do horizonte. 
Caminha em seu próprio trilho. 
Pegadas...
leveza no peso do elefante.