segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O amor dos outros


Pela primeira vez, fiquei feliz ao ler o amor deles. É bonito, singelo, delicado, verdadeiro.
Visto em pequenos detalhes, grandes palavras.
Gostoso olhar que um amor assim existe.
Gostoso abrir uma janela e me deparar com uma poesia encantada de duas pessoas.
Feito duas crianças, são inteiros um com o outro. Sem pudores, dias cheios de brincadeiras.
Ele agrada, ela sorri por saber que ele fez isso para ela.
E os dois se beijam, apaixonados, e já cheios de saudade pela despedida.

Ver um amor tão bonito. E guardar à distância sentimentos que afloram.

domingo, 23 de agosto de 2009

VÔO


Voa, Voa... Foge!


Passarinho assustado: bate as asas.

Corre do ninho.

Encaminha-se para outro lado.

Sente, arrepiado, o contato do ar.

Penas flutuam,

Na congelada camada entre o corpo e o vento.

O susto o encarcera

Dentro de si

Voa solitário ao longe.

Sentir assusta, afoba, afoga.

Desaninhado procura a si

Ruma à imensidão.

Flutuar? Isolante.


Sobe, Sobe... Cai!


Engrandecido,

Na batalha dos sentimentos, perde suas forças.

Cambaleia no céu.

Sua sombra cresce na terra batida.

Aproxima-se.

E no instante da queda,

Uma pausa:

...........................................................................

Sobrevoa a flor,

Comunicação silenciosa, estanque.

Nova investida.

Bico nas alturas.

Arrisca um relance ao ninho.


Volta, Volta... Adiante!


Alonga suas possibilidades

No farfalhar das asas.

Rumo ao destino.

Sentido? O caminho.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

apoética

Edward Hopper - Morning Sun

Quero o fim de tempos tão sérios
De angústias mal resolvidas
Absorta em pensamentos

O mau uso das palavras

Falta poesia nessa cama.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"quem ler vai ver com outros olhos e sentir coisas diferentes"


Acreditando nessas palavras de um novo e bom amigo que resolvi postar um dos antigos. Reli com outros olhos.

Clamores de um ínterim de infância
Raiva
Que me consome
... me aquece.

Esvaio-me nessa atmosfera vermelha,
Preta, espinhosa.
Calor difundido por todo o meu ser.

Está em mim,
Somente em mim posso irradiar.
Malditos lagartos que sobem pelo meu corpo e destituem minha morada.

Sonho de felicidade?
Quê?
Pra que sonhar?
Se meus desejos não são meus.
E meus carinhos não são seus.
O que tenho para mim?
Ira ludibriosa
Que delata essa disforme alma.

Pêssego sem cor.
Perfume sem sabor.
Óleo que não povoa.
Fluir de um líquido espesso,
Sem passagem, sem saída.
Presa em mim
Em uma construção que já(não)mais me pertence.
Aquém do que posso ser.

Carapaça fumegante.
O Nada.
......................
Coração vazado.
..........
E apenas esta brasa me transpassa.
Deixando fendas nessa tenda descampada.
Momento de prazer de meu desprazer.

domingo, 12 de julho de 2009

Menin (o/a)

Foi lendo o blog de minha amiga http://dateoriaapratica.blogspot.com/ sobre uma matéria de pais suecos que ainda não revelaram a seu(sua) filho(a) de dois anos e meio a respeito de seu sexo, que tive um choque!!

Citando a matéria:
“Queremos que Pop cresça com maior liberdade e que não seja forçado a um gênero que o/a moldará”, disse a mãe. Pop (um nome fictício para proteção da criança) usa vestidos e também calças masculinas e seu cabelo muda do estilo feminino para o masculino a cada manhã.

Vejam com seus próprios olhos em: http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2009/07/02/pais-nao-revelem-sexo-de-sua-crianca-de-dois-anos-e-meio/


Criança livre???????

É, precisamos rever nosso conceito de liberdade! Será o mesmo da revolução francesa???

Para não me estender, acho uma puta covardia esses pais tomarem essa atitude. Se querem que o mundo seja assim, então comecem por eles mesmos!!! Será que o pai usa saia?? E a mãe, tem bigode? Porque se estão criticando convenções sociais....
Acredito que o gênero diz o que uma sociedade acredita, e depois que aprendemos algumas dessas convenções, escolhemos nossos caminhos dentro do que é ser homem e do que é ser mulher.
E o sexo é ainda outra coisa, diz a respeito dos órgãos com que nascemos. É algo físico. Mesmo quem nasce com genitália ambígua acaba por fazer uma escolha. Caraca, que ideinha foi essa desse casal???

É! Sem passado, seremos o quê?????

Um bando de chipes!

E viva o Matrix!!!

E o Laranja Mecânica!

terça-feira, 17 de março de 2009

Enchentes


Homens por todos os lados, anciões, carecas, espinhudos, mastigando, ouvindo um som, dormindo, vendendo amendoim, gritos de reclamação. Uma multidão irritada. Dependente do transporte público em dia de chuva. Uma catástrofe natural, alagamentos, inundações. Trânsito interrompido. Na estação de trem de São Caetano o dilúvio de pessoas. Abelhas inflamadas depois de tocarem em sua colmeia. Enxovalhavam o maquinista. Pelo vidro, vejo filas do lado de fora da estação. Como um quadro fresco de rostos pintados:retratos da cidade, do caos. Caras sem voz, sem corpo, sem meios... Todos extremamente juntos. Desunidos. O que podiam fazer além da paciente espera? Bater os pés? Caminhar? Telefonar aos familiares? Alguns promovem um levante: passam a caminhar nos trilhos "Vamos a pé até o Brás". Um senhor coça o cocoruto, um moço faz a ginástica do cansaço. Novas conversas se formam. Uns dormem, outros "ãh...". Sem espaço, sem respiro, sem trem! Como vamos para casa? Que tempestade foi essa? A seca poeira da cinza fumaça - permanência da queima da vida - como resultante a torrencial chuva para a qual a humanidade não está preparada. Esse mundo que nos orgulhamos tanto em destruir cotidianamente grita mais alto. Gritamos por dentro a espera de mais de 5 horas... e mais, e mais, e mais. Até quando?

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Dançando...





Ahááááá!! E "quem acreditou no amor no sorriso e na flor, então tudo encontrou..."


Esse até eu queria ver!! Será no dia 25 próximo, às 20:00, no Teatro Municipal de Santo André, com Dança dos Orixás e Dança contemporânea (técnica contemporânea e técnica clássica). Afinal, todo processo tem que ter fim, mesmo o do Primeiro Ano da Escola Livre de Dança!!


Beijos a todos!